Evo Morales: trajetória, controvérsias e legado político

When working with Evo Morales, ex‑presidente da Bolívia, país andino da América do Sul, líder indígena aymara e pioneiro ao chegar ao cargo mais alto do governo. Also known as Luis Evo Morales Ayma, he became the face of a new era of left‑wing politics in the region.

Contexto histórico e movimento indígena

Antes de entrar na política nacional, Morales atuou como líder sindical dos produtores de coca, planta tradicional da região andina usada em rituais e como fonte de renda. Seu militância ajudou a criar a MAS, Movimento para o Socialismo, partido que congrega indígenas, trabalhadores rurais e setores progressistas. Essa aliança deu voz a bilhões de pessoas que antes eram marginalizadas pelas elites urbanas.

Em 2005, com 55% dos votos, Morales quebrou a barreira histórica e virou presidente da Bolívia. Seu governo lançou programas de alfabetização massiva, proporcionou distribuição de terras aos camponeses e elevou o salário mínimo em mais de 50% nos primeiros três anos. Os indicadores de pobreza caíram de 62% para 38%, mostrando que o pacto entre o MAS e as comunidades indígenas tinha força prática.

Entretanto, a caminhada não foi sem atritos. A nova constituição de 2009, elaborada sob sua liderança, reconheceu a coca como patrimônio cultural, mas também permitiu programas de controle de cultivo para evitar o tráfico. Essa ambiguidade gerou tensão com os EUA, que pressionavam pela erradicação total. O debate entre preservação cultural e combate ao narcotráfico tornou‑se um dos pontos centrais da agenda internacional da Bolívia.

Em 2016, Morales tentou conciliar as demandas ao ousar mudar a lei de limites de mandato, permitindo a sua reeleição. A decisão provocou protestos massivos e críticas de organismos como a OEA, que apontaram para possíveis retrocessos democráticos. A crise atingiu seu ápice nas eleições de outubro de 2019, quando a contagem de votos foi interrompida e surgiram alegações de fraude.

O resultado desencadeou uma onda de manifestações que forçou Morales a deixar La Paz e buscar asilo na México, e depois na Argentina. Seu retorno ao país em 2020, sob o novo governo de Luis Arce – também do MAS – marcou a reconciliação entre as facções políticas e a tentativa de restaurar a estabilidade institucional. Essa reviravolta demonstra como a figura de Evo Morales ainda molda debates sobre soberania, identidade indígena e futuro econômico da Bolívia.

Hoje, com as próximas eleições presidenciais previstas para 2025, o legado de Morales influencia candidatos de esquerda em toda a América do Sul, região que tem visto um renascimento de lideranças progressistas. Observadores comparam sua estratégia à de outros líderes latino‑americanos, como Lula no Brasil ou Andrés Manuel López Obrador no México, destacando um padrão de valorização de políticas sociais e resistência à pressão externa.

Nos artigos abaixo, você encontrará análises detalhadas sobre cada fase da carreira de Evo Morales, os efeitos das reformas do MAS, o debate sobre a coca na política pública e as lições que a Bolívia oferece ao resto do continente. Prepare‑se para entender como essas questões se conectam e o que ainda está em jogo para a Bolívia e para a política sul‑americana.