Quando Leonardo Roitman, filho de Odete Roitman, morreu num acidente de carro em 1988, ninguém imaginava que a tragédia era, na verdade, um plano frio de sua própria mãe.
O drama aconteceu na novela Vale Tudo, exibida originalmente pela TV Globo entre setembro e dezembro de 1988. O personagem nunca chegou a aparecer em tela; seu nome circulava apenas nos corredores da família Roitman, como um fantasma que carregava culpa e sofrimento.
Contexto da versão original de 1988
Na trama, Heleninha Roitman (interpretada por Renata Sorrah) era irmã gêmea de Leonardo e esposa de Marco Aurélio (personagem vivido por Reginaldo Faria). A trama se desenrolava entre traições, ambições e segredos que fariam o público prender a respiração.
Segundo o roteiro, Heleninha suspeitava de uma infidelidade de Marco Aurélio e decidiu segui‑lo. Ela contou com a ajuda da empregada Ruth (personagem de Zilka Salaberry). O plano era pegar o marido em flagrante, mas o que encontraram foi nada menos que Odete em companhia de um amante.
O acidente e a sabotagem
A noite em que o carro de Leonardo saiu da estrada, ele supposedly estava a caminho da casa para encontrar a “cena comprometedora”. Na realidade, Odete Roitman havia pregado um cabo no volante, querendo eliminar Marco Aurélio, que ela via como ameaça ao seu poder na TCA, a empresa da família.
“Eu nunca imaginei que minha própria mãe fosse capaz de tal ato”, relembra em entrevista ficcional a atriz que interpreteou Heleninha. O “acidente” acabou vitimando Leonardo, que não resistiu ao impacto e ao incêndio subsequente.
O golpe foi tão bem encoberto que, por anos, todos — inclusive Heleninha — acreditaram que a culpa era dela. O peso da culpa alimentou o alcoolismo de Heleninha e a perda da guarda do filho Tiago.
Revelação na reunião da TCA
Anos depois, durante uma tensa reunião na sede da TCA, a verdade veio à tona. Estavam presentes Regina Duarte (personagem Raquel), Fábio VillaVerde (Tiago), Cássio Gabus Mendes (Afonso) e, claro, Odete Roitman.
Ruth, temendo as consequências, tomou a palavra: “Eu vi Odete colocar o cabo no carro. Ela fez tudo para matar Marco Aurélio, mas acabou matando Leonardo”.
Além disso, revelou que Odete também foi responsável pelo incêndio em Angra dos Reis, crime que antes se atribuía a Heleninha. Afonso explicou aos presentes que esses dois eventos foram decisivos para a perda da guarda de Tiago por parte de Heleninha.
Impacto na trajetória de Heleninha
A revelação deixou a irmã de Odete em estado de choque. “Eu passei a vida inteira carregando uma culpa que não era minha”, desabafa Heleninha, num monólogo que marcou a audiência.
O peso emocional agravou o já delicado quadro de dependência alcoólica da personagem, levando-a a enfrentar processos judiciais e a ser estigmatizada pela sociedade.
O enredo, à época, foi considerado um dos momentos mais ousados da teledramaturgia brasileira, pois colocava em xeque a figura materna tradicional e explorava a dinâmica de poder dentro de famílias ricas.
Comparação com a versão de 2025
Em 2025, a nova adaptação de Vale Tudo, comandada por Manuela Dias, reescreveu o destino de Leonardo. O ator Guilherme Magon assume o papel, mostrando o personagem sobrevivendo ao acidente, porém com sequelas graves — incapaz de se alimentar ou se comunicar sem auxílio.
Depois de treze anos “presumido morto”, Leonardo reaparece na mansão Roitman, escondido em um casebre ao lado de Samantha Jones (Ana Clara). A revelação abala toda a família, inclusive Paolla Oliveira, que agora interpreta Heleninha.
Essa mudança traz um novo fôlego à trama: ao invés de um vilão estático, Leonardo torna‑se peça chave para desenterrar segredos ainda mais obscuros, como a continuação das jogadas de Odete (personagem que na nova versão ainda está viva, interpretada por Beatriz Segall em flashbacks).
O que esperar nos próximos capítulos
- Confrontos entre Heleninha e Leonardo, que podem reabrir feridas antigas.
- Descoberta de novos documentos que provam a extensão dos crimes de Odete.
- Repercussões legais que podem levar à queda da TCA.
- Possível retorno de Marco Aurélio ou sua reinterpretação em flashbacks.
Os roteiristas prometem que a trama seguirá “nos limites da verdade e da mentira”, um convite para que o público reflita sobre o que realmente foi encoberto nos bastidores da família Roitman.
Perguntas Frequentes
Por que Leonardo foi morto na versão de 1988?
Na trama original, Odete Roitman sabotou o carro de Leonardo para eliminar Marco Aurélio, mas o plano saiu errado e acabou vitimando o próprio filho. A revelação veio apenas anos depois, durante uma reunião da TCA.
Como a culpa impactou Heleninha ao longo da história?
Heleninha carregou a culpa pela morte do irmão, o que intensificou seu alcoolismo e a fez perder a guarda do filho Tiago. A verdade revelada mais tarde mostrou que a culpa era infundada.
Qual a principal diferença entre as versões de 1988 e 2025?
Na versão de 2025, Leonardo sobrevive ao acidente e retorna à história com sequelas, enquanto na original ele morre. Essa mudança cria novos conflitos familiares e reavalia a dinâmica de poder dos Roitman.
O que pode acontecer com a empresa TCA após as revelações?
Os roteiristas insinuam processos judiciais, possíveis prisões de membros da família e até a falência da TCA, caso os documentos comprobatórios dos crimes de Odete venham à tona.
Qual é o papel da empregada Ruth na trama?
Ruth foi a única testemunha da sabotagem. Ela decide revelar a verdade na reunião da TCA, expondo tanto a sabotagem do carro quanto o incêndio em Angra dos Reis, alterando o rumo da história.
Júlio Leão
outubro 6, 2025 AT 00:33Poxa, quem não lembra daquele impacto devastador que a trama de "Vale Tudo" causou nos telespectadores? A ideia de uma mãe tão fria a ponto de armar a morte do próprio filho ainda me tira o fôlego. Cada detalhe da sabotagem do carro ganha um tom de horror psicológico que ainda reverbera nas discussões sobre poder e família. O fato de Leonardo nunca ter aparecido em cena, mas ser tão central na narrativa, demonstra o talento dos roteiristas em criar ausências marcantes. E ainda tem aquele duelo silencioso entre Heleninha e sua culpa, que se transforma em um fardo quase físico. É uma das histórias que realmente permanece na memória coletiva.
vania sufi
outubro 6, 2025 AT 14:26Gente, não tem como não sentir uma pontada de carinho por Heleninha nessa saga. Ela foi jogada num mar de acusações que nem ela mesma sabia como navegar, e ainda assim manteve a dignidade apesar do drama todo. Quando a verdade finalmente veio à tona, deu um alívio, mas a dor já estava gravada. Acho que a série mostrou como o peso da culpa pode destruir vidas, mesmo quando a culpa não é sua. Só de ler tudo isso, dá vontade de apoiar quem está passando por uma situação assim.
Flavio Henrique
outubro 7, 2025 AT 04:20É misterioso observar como a narrativa de "Vale Tudo" insere a figura materna em um papel paradoxal, simultaneamente fonte de sustentação e agente de destruição. A escolha de Odete Roitman como arquétipo da matriarca impiedosa invoca reflexões sobre a ética do poder familiar, revelando que o amor pode ser corroído por ambições desmedidas. Quando analisamos a mecânica da sabotagem - um cabo estrategicamente posicionado - percebemos que a ação, embora calculada, sofreu as consequências de um erro de cálculo trágico, transmutando o intento original em um homicídio involuntário. Essa dualidade enriquece a compreensão da obra, pois demonstra que, nas tramas dramáticas, a linha entre intenção e resultado pode ser tão tênue quanto o fio de aço que se intromete no volante.
Victor Vila Nova
outubro 7, 2025 AT 18:13Ao considerar o arco de Heleninha, devemos reconhecer a importância de um mentor que ofereça suporte estruturado, tal como o que Victor poderia representar em uma conversa hipotética. A abordagem formal e cuidadosa ao discutir estratégias de superação reforça que o apoio institucional pode mitigar os danos psicológicos associados à culpa indevida. Assim, a inserção de um elemento de orientação, mesmo que simbólico, evidencia que o drama não se limita ao acontecimento em si, mas se estende ao processo de reconstrução pessoal.
Ariadne Pereira Alves
outubro 8, 2025 AT 08:06Observa‑se, na sequência dos acontecimentos, que a revelação feita por Ruth na reunião da TCA assume um papel crucial; ela, ao relatar o ato, rompe com o silêncio que anteriormente encobria a trama. Essa interrupção do véu de sigilo permite, portanto, que todos os presentes – Regina Duarte, Fábio VillaVerde, Cássio Gabus Mendes – possam reavaliar as premissas que os levaram à aceitação da culpa de Heleninha. Ademais, a associação da sabotagem ao incêndio de Angra dos Reis amplia o escopo da conspiração, demonstrando que a manipulação de eventos se estende além de um único incidente. Por conseguinte, o impacto legal e a eventual queda da TCA aparecem como consequências inevitáveis de tais ações encobertas.
Lilian Noda
outubro 8, 2025 AT 22:00Mas olha, quem acreditou que era só acidente? Isso tudo foi planejado.
Ana Paula Choptian Gomes
outubro 9, 2025 AT 11:53É imprescindível salientar, com a devida vênia, que a assertiva de Lilian carece de fundamentação documental; portanto, a narrativa proposta carece de sustentação probatória robusta, o que compromete a validade das conclusões apresentadas.
Joseph Deed
outubro 10, 2025 AT 01:46Essa trama ainda me intriga.
Pedro Washington Almeida Junior
outubro 10, 2025 AT 15:40É possível que o que estamos vendo seja apenas a ponta do iceberg; sempre houve rumores de que a família Roitman mantinha apostas secretas que poderiam influenciar decisões corporativas, e talvez a sabotagem fosse apenas um disfarce para algo ainda maior.
Marko Mello
outubro 11, 2025 AT 05:33Quando me lembro da primeira vez que vi a cena do carro de Leonardo saindo da estrada, a sensação foi quase visceral; o suspense construído nos minutos anteriores ao acidente criava uma atmosfera carregada de presságios que, de alguma forma, preconizava o trágico desenlace.
A escolha de Odete de colocar um cabo no volante não foi um ato impulsivo, mas sim o resultado de um cálculo frio, demonstrando que a ambição pode transformar até mesmo laços de sangue em instrumentos de destruição.
O roteiro, ao revelar que o plano visava eliminar Marco Aurélio, ao mesmo tempo expõe a vulnerabilidade dos Roitman frente ao poder corporativo da TCA, uma entidade que, na narrativa, funciona como um reflexo das próprias estruturas de poder da sociedade.
É curioso notar como o acidente, que deveria ser meramente um momento de choque, se transfigura em um ponto de inflexão para Heleninha, cuja culpa, inicialmente imposta, alimenta sua descida ao alcoolismo, revelando o papel das narrativas de culpa na construção de personagens trágicos.
Através da lente da autora, vemos que o acidente se torna um símbolo da manipulação institucional, onde a verdade é obscurecida por camadas de silêncio e omissão.
Quando Ruth decide falar na reunião da TCA, o cenário se transforma em um tribunal simbólico, uma arena onde as verdades enterradas emergem ao sabor de quem tem coragem de falar.
A revelação de que Odete também estava por trás do incêndio em Angra dos Reis amplia ainda mais o escopo da sua periculosidade, demonstrando que sua influência se estende muito além de um simples ato de assassinato; ela se revela como uma manipuladora de eventos catastróficos em larga escala.
Essa descoberta impacta profundamente a trajetória de Heleninha, que agora, ao compreender a real origem de seu sofrimento, começa a reconstruir sua identidade, embora ainda carregue as cicatrizes do passado.
A narrativa, ao comparar a versão de 1988 com a de 2025, nos oferece uma perspectiva de como a reescrita de eventos pode servir tanto para corrigir injustiças quanto para abrir novos caminhos narrativos, como a sobrevivência de Leonardo, que se torna um vetor de novas revelações.
O fato de Leonardo reaparecer com sequelas graves acrescenta uma camada de vulnerabilidade ao personagem, possibilitando que ele sirva de catalisador para desenterrar segredos ainda mais obscuros.
Assim, a novela deixa uma mensagem clara: a verdade, embora possa ser reprimida, tem o potencial de ressurgir, trazendo consigo consequências que podem abalar até as estruturas mais sólidas, como a própria TCA.
A estratégia de Odete, ao tentar eliminar um inimigo, acabou, ironicamente, criando um legado de sofrimento que atravessa gerações, lembrando-nos que atos de violência raramente permanecem isolados.
Por fim, a abordagem da série ao explorar os limites entre verdade e mentira destaca a importância de questionar narrativas oficiais, especialmente quando estas são construídas por indivíduos que detêm poder econômico e social.
Jéssica Soares
outubro 11, 2025 AT 19:26Eu n sei se mara ou se to over, mas qndo leio esse treco parece piada, sério, óbvio q n tinha cabo, tudo foi escriido pra fofoca ta? ql qr és de oiii, e ainda tem a treta do incendio, mas to perdidinha vdd… pode dunar mais pq to tmb perdida, rsrs! D+ é isso ai
Nick Rotoli
outubro 12, 2025 AT 09:20E aí, galera! Eu curti demais ver como a novela deu uma reviravolta legal, trazendo o Leonardo de volta. Isso abre novas possibilidades e deixa a história bem mais empolgante. Hoje a gente vê que até os momentos mais sombrios podem ter luz no fim, né? Tô otimista que os próximos capítulos vão trazer ainda mais emoção e, quem sabe, alguma redenção pra família Roitman. Vamos acompanhar juntos!
Raquel Sousa
outubro 12, 2025 AT 23:13Odete nunca muda, só troca de rosto. Ela continua manipulando tudo nos bastidores.
Trevor K
outubro 13, 2025 AT 13:06Concordo plenamente; a persistência de Odete reflete a complexidade dos jogos de poder que permeiam a narrativa, e isso nos convida a refletir sobre as dinâmicas de controle que se manifestam não só na ficção, mas também em contextos reais.
Luis Fernando Magalhães Coutinho
outubro 14, 2025 AT 03:00É imprescindível reconhecer que atitudes desumanas, como a orquestração de um assassinato encoberto, violam princípios éticos fundamentais; tal conduta, quando apresentada em obras de grande alcance, serve como alerta morais sobre os limites da ambição desmedida.
Thaissa Ferreira
outubro 14, 2025 AT 16:53A trama nos leva a questionar a natureza da culpa e como ela pode ser manipulada para servir a interesses ocultos.
Miguel Barreto
outubro 15, 2025 AT 06:46Olha, a história aqui é um verdadeiro convite ao otimismo: mesmo após tanta sombra, há espaço pra recomeço. Se a gente apoiar uns aos outros, as feridas podem sarar e, quem sabe, a família Roitman encontre um caminho mais honesto. Bora seguir acompanhando e espalhar essa energia positiva?