Violência doméstica: o que é, como reconhecer e onde buscar ajuda

Você já ouviu falar de violência doméstica, mas ainda tem dúvidas sobre o que realmente conta como esse crime? Não se preocupe, vamos conversar de forma simples, explicar cada ponto e mostrar o que fazer se você ou alguém que conhece estiver nessa situação.

Violência doméstica é qualquer ato de agressão — física, psicológica, sexual, patrimonial ou econômica — praticado por quem tem uma relação íntima com a vítima. Não importa se é marido, companheiro, ex‑companheiro, mãe, pai ou mesmo alguém que vive junto; o importante é a violência acontecer dentro do convívio familiar ou afetivo.

Existem várias formas de violência. A física inclui tapas, socos, empurrões. A psicológica pode ser insultos, humilhações, manipulação. A sexual envolve qualquer ato sexual sem consentimento. A patrimonial é quando o agressor controla ou destrói bens da vítima. E a econômica acontece quando a pessoa impede o acesso a dinheiro ou trabalho.

Os sinais podem ser sutis, mas vale prestar atenção. Se alguém começa a se isolar, evita falar com amigos ou tem medo constante de "errar" alguma coisa, pode ser um indício de abuso psicológico. Mudanças de humor rápidas ou explosões de raiva também são pistas.

Sinais físicos são mais visíveis: marcas no rosto, hematomas em locais incomuns, feridas que surgem e desaparecem rapidamente. Mas nem toda lesão tem que ser grande para ser um alerta. Uma escoriação pequena acompanhada de desculpas frequentes pode ser sinal de controle.

Além disso, a vítima pode apresentar sintomas de ansiedade, depressão, insônia ou até dores de cabeça recorrentes. Essa carga emocional costuma ser ignorada, mas é um sinal claro de que algo está errado no ambiente doméstico.

Como identificar sinais de violência

Fique de olho no comportamento da pessoa. Ela parece nervosa ao receber ligações? Evita sair de casa? Se a resposta for sim, pode ser medo de que o agressor descubra algo. Pergunte de forma gentil, sem acusar, e mostre que você está ao lado dela.

Observe também o ambiente. Se houver objetos quebrados, portas trancadas ou a vítima sempre pedindo para não contar nada a ninguém, há algo suspeito. Às vezes, o agressor impede que a vítima use o celular ou o computador, controlando até a informação que ela tem acesso.

Como denunciar e obter apoio

Denunciar pode ser assustador, mas é o primeiro passo para quebrar o ciclo de violência. No Brasil, você pode ligar 180 – Central de Atendimento à Mulher – para receber orientação e apoio imediato. O serviço funciona 24h e garante sigilo.

Além da 180, há o Disque 100, que trata de direitos humanos e pode encaminhar o caso para a polícia civil ou militar. Se preferir, vá direto a um posto policial e peça a lavratura do boletim de ocorrência. No boletim, descreva tudo com detalhes, mesmo que pareça pequeno.

Depois da denúncia, procure uma delegacia especializada em violência doméstica (DEAM). Elas têm profissionais treinados para lidar com a situação e podem solicitar medidas protetivas, que proíbem o agressor de se aproximar da vítima.

O apoio psicológico é fundamental. Centros de referência como o Centro de Referência da Mulher (CRV) oferecem terapia gratuita e grupos de apoio. Se a vítima for menor de idade, procure o Conselho Tutelar ou a Vara da Infância e Juventude.

Não esqueça das redes de apoio: familiares, amigos, vizinhos. Compartilhar a situação com alguém de confiança pode acelerar a busca por ajuda e reduzir o medo de ficar só. Tenha em mãos um plano de fuga: documentos, dinheiro e um local seguro já definidos.

Lembre-se: a violência doméstica não é culpa da vítima. O agressor escolhe esse comportamento, e a sociedade tem o dever de proteger quem sofre. Se você testemunhou um caso, denuncie. Se está vivenciando, busque ajuda agora mesmo.