Transplantes: guia rápido e prático
Se você já ouviu falar de transplante e ficou na dúvida sobre como tudo funciona, está no lugar certo. Aqui a gente explica de forma simples o que acontece quando alguém decide doar um órgão, quem pode receber e quais são as principais novidades que estão surgindo no Brasil.
Como funciona a doação de órgãos
A primeira coisa que costuma gerar confusão é a diferença entre consentimento e autorização. No Brasil, a lei funciona no modelo de presunção de vontade: se a pessoa não deixou registro de recusar, o Sistema Único de Saúde (SUS) entende que ela aceita doar. Mas, se a família souber que a pessoa era contra, pode impedir a doação.
Quando um potencial doador é identificado – seja por acidente, parada cardíaca ou doença terminal – a equipe de transplante verifica a viabilidade dos órgãos. Eles analisam fatores como idade, estado de saúde e tempo sem circulação. Se tudo estiver ok, os órgãos são encaminhados para o Hospital de Referência mais próximo, onde já existe uma lista de espera organizada por gravidade e tempo de necessidade.
Quem recebe o órgão entra em uma fila que considera o tipo sanguíneo, tamanho do órgão e a gravidade da condição. O objetivo é garantir que o transplante seja o mais adequado possível, reduzindo riscos de rejeição. Cada transplante tem um protocolo específico, desde a cirurgia até o acompanhamento pós‑operatório, que inclui uso de imunossupressores para evitar que o corpo rejeite o órgão.
Novidades e desafios no Brasil
Nos últimos anos, o número de doadores tem aumentado, mas ainda está longe do ideal. Um dos grandes desafios é a falta de informação nas escolas e comunidades. Quando as pessoas entendem que a doação pode salvar vidas, a taxa de recusa cai consideravelmente.
Outra novidade importante foi a aprovação da lei de transplante de tecidos e órgãos de doadores falecidos após parada circulatória. Essa mudança permite que órgãos antes considerados inviáveis agora sejam aproveitados, ampliando a oferta para pacientes em lista de espera.
Além disso, a tecnologia está ajudando a melhorar a compatibilidade. Ferramentas de análise genética conseguem identificar com mais precisão a chance de rejeição, o que otimiza a seleção de doadores e aumenta as taxas de sucesso. Hospitais também estão investindo em equipes multidisciplinares, juntando cirurgiões, enfermeiros, psicólogos e nutricionistas para cuidar do paciente antes e depois da cirurgia.
Se você pensa em ser um doador, basta cadastrar sua vontade no site oficial ou informar sua família. Caso queira saber se está apto a receber um órgão, procure o centro de referência da sua região e peça para incluir seu nome na lista de espera. Lembre-se: a espera pode ser longa, mas cada dia que você dedica a se informar pode fazer a diferença para alguém que precisa.
Por fim, vale reforçar que o transplante não é só uma questão médica, mas também humana. Cada órgão doado representa uma segunda chance, não só para o receptor, mas também para a família do doador, que vê seu ente querido viver em outra pessoa. Então, se ainda não pensou sobre o assunto, dê uma olhada nos recursos disponíveis e compartilhe a informação – quanto mais gente souber, maior a chance de salvar vidas.

Erro em Exames de HIV nos Laboratórios PCS: Investigações e Medidas de Revitalização
•15 out 2024
Uma falha no controle de qualidade dos exames de HIV em um laboratório do Rio de Janeiro está sendo investigada, após seis pacientes receberem órgãos infectados. A suspeita recai sobre a redução na frequência de verificação de reagentes, de diária para semanal, visando economia. As autoridades estão reeavaliando amostras e garantindo suporte aos afetados, enquanto o laboratório permanece interditado.