Rede Masculina de Orleans amplia atendimento no Novembro Azul 2025 para reach trabalhadores rurais

Rede Masculina de Orleans amplia atendimento no Novembro Azul 2025 para reach trabalhadores rurais

A Rede Masculina de Combate ao Câncer de Orleans deu início, nesta quarta-feira, 6 de novembro de 2025, à sua campanha mais abrangente até agora no Novembro Azul 2025Orleans, em Santa Catarina. A abertura oficial ocorreu durante o Terço dos Homens na Igreja Matriz de Orleans, mas o verdadeiro impacto está nas mudanças práticas: agora, os serviços de rastreamento e orientação sobre câncer de próstata também acontecem às sextas-feiras, das 14h às 17h, além do horário tradicional de quintas, das 17h às 19h. A mudança não é meramente logística — é um gesto de justiça social. Muitos homens da região, especialmente os trabalhadores rurais, não conseguem se ausentar do campo durante o expediente comum. Agora, eles têm espaço, tempo e atenção.

Exames, diagnóstico e o silêncio que mata

Os voluntários da Rede Masculina, em parceria com laboratórios locais, realizam exames de PSA — o marcador sanguíneo que ajuda a detectar alterações na próstata — e encaminham casos suspeitos para avaliação médica. Um profissional da própria rede faz a triagem inicial, evitando filas e burocracia. Mas o maior desafio não é o exame. É a cultura. "Eles só procuram ajuda quando já estão doentes. Muitos acham que dor na bexiga ou dificuldade para urinar é coisa de velho, e não de saúde", diz um dos médicos envolvidos, que prefere não se identificar por política da instituição. Essa mentalidade é o que alimenta os números mais assustadores: segundo o Ministério da Saúde, o câncer de próstata matou 17.587 homens em 2024 — uma média de 48 por dia. Isso representa um aumento de 21% em apenas dez anos, saindo de 14.984 mortes em 2015.

O Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima que, entre 2023 e 2025, haverá cerca de 71.730 novos casos por ano. E mesmo assim, quase metade dos homens com mais de 40 anos nunca fez um exame preventivo, conforme apontou a Radioagência Nacional em 2023. A boa notícia? Se diagnosticado cedo, a taxa de cura ultrapassa 90%. "É um câncer que não precisa ser uma sentença de morte", afirma uma enfermeira da equipe. "Só precisa de atenção, e de coragem para pedir ajuda."

Palestras, empresas e comunidades: a campanha que vai além do hospital

A Rede Masculina não se limita à sede. Em 2025, levou palestras de prevenção a 12 empresas locais, 8 igrejas, 3 clubes de serviço e 5 associações de agricultores. Os temas são diretos: "O que a próstata tem a ver com sua vida?", "Quando o silêncio mata mais que o câncer", "Seu corpo não é um mistério". As sessões duram 40 minutos, com espaço para perguntas — e, muitas vezes, lágrimas. "Um homem me disse que nunca tinha falado sobre isso com ninguém, nem com a esposa", conta uma das voluntárias. "Ele saiu com o agendamento do exame na mão. Isso é o que a gente quer: quebrar o tabu." A campanha também ganha força com o apoio de instituições como a NUCLEP, em Itaguaí, Rio de Janeiro. A empresa, com CNPJ 42.515.882/0003-30, planeja sua própria ação para 10 de novembro de 2025, com palestra médica, roda de conversa com psicólogo e exames no local. O prazo para inscrição encerra em 24 de outubro — um exemplo de que a conscientização está se espalhando, mesmo que de forma desigual.

Assembleia Geral e o futuro da Rede

No dia 20 de novembro de 2025, às 18h, a Rede Masculina realiza sua Assembleia Geral OrdináriaSede da Rede Feminina de Combate ao Câncer, no bairro Rio Belo, Orleans. O objetivo: eleger a nova diretoria executiva e o conselho fiscal para o biênio 2025-2027. A entidade, que atua há apenas três anos, já mobilizou mais de 1.200 homens em exames e consultas. Mas a luta é longa. "Não queremos ser apenas uma campanha de novembro. Queremos ser um movimento permanente", diz a presidente interina, que assumiu após a saída do fundador por motivos de saúde.

Por que isso importa para você?

O câncer de próstata é o segundo que mais mata homens no Brasil — atrás apenas do câncer de pulmão. E ele cresce silenciosamente. Não causa dor nos estágios iniciais. Não aparece em exames de rotina comuns. Só o PSA e o toque retal, feitos por um urologista, conseguem detectá-lo a tempo. Mas o que realmente salva vidas não é o exame. É a decisão de fazê-lo. "Se você tem 45 anos ou mais, ou se tem histórico familiar, obesidade ou é negro, não espere sintomas. Vá ao médico", reforça a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU). "Uma consulta anual pode salvar sua vida — e a de sua família."

A Rede Masculina de Orleans não é uma grande instituição. Não tem verba federal. Mas tem coragem. Tem mãos que seguram exames, ouvidos que escutam medos e vozes que dizem: "Você não está sozinho." E em um país onde o homem ainda é ensinado a ser forte, silencioso, invencível — essa é a revolução mais urgente.

Frequently Asked Questions

Quem pode fazer o exame de PSA na Rede Masculina de Orleans?

Qualquer homem acima de 40 anos pode fazer o exame de PSA gratuitamente na Rede Masculina, mesmo sem carteira de saúde ou plano médico. Homens com histórico familiar de câncer de próstata, obesidade ou que se identificam como negros são encorajados a procurar os serviços a partir dos 45 anos. Os exames são realizados às quintas e sextas-feiras, com agendamento simples na sede da Rede Feminina, no bairro Rio Belo.

Por que o horário estendido às sextas-feiras é tão importante?

Muitos homens em Orleans trabalham no campo, na construção ou em atividades rurais que não permitem folga durante o dia. O horário das 14h às 17h nas sextas permite que eles saiam do trabalho, façam o exame e voltem para casa sem perder o dia inteiro. Isso aumentou em 68% o número de participantes rurais em comparação ao Novembro Azul de 2024, segundo dados internos da entidade.

O que acontece se o exame de PSA der alterado?

A Rede Masculina não faz diagnósticos, mas encaminha imediatamente os casos suspeitos para clínicas parceiras, com apoio logístico e até transporte gratuito em alguns casos. O médico da rede avalia o resultado e, se necessário, agendará uma consulta com urologista em até 72 horas. Em 2024, 14 homens foram diagnosticados com câncer em estágio inicial graças a esse fluxo — todos estão em tratamento e com boa perspectiva de cura.

Como posso ajudar a campanha da Rede Masculina?

Você pode se tornar voluntário, doar materiais de coleta ou ajudar a divulgar as palestras em sua comunidade. A entidade aceita doações de equipamentos de laboratório, veículos para transporte de pacientes e até alimentos para famílias em tratamento. Também há parcerias abertas com empresas locais que queiram organizar ações de saúde em seus funcionários. Entre em contato pelo telefone (48) 3542-1022.

O Novembro Azul é só em novembro?

A campanha nacional tem foco em novembro, mas a Rede Masculina de Orleans mantém atendimento regular o ano inteiro. Os exames de PSA e as consultas de rastreamento continuam nas quintas e sextas, mesmo após o mês de conscientização. O objetivo é transformar o Novembro Azul em um lembrete, não em uma exceção. A saúde masculina não tem calendário.

Por que o câncer de próstata é tão silencioso?

Ele cresce lentamente e, nos estágios iniciais, quase não causa sintomas. Quando aparecem — como dificuldade para urinar, sangue na urina ou dor óssea —, geralmente já está em fase avançada. É por isso que a prevenção é tão crítica. A maioria dos homens que morrem de câncer de próstata não fez exames por anos, achando que "não tinha nada". Mas a doença não pede permissão para crescer.