A partir de fevereiro de 2025, uma nova era nas salas de aula brasileiras começará com a implementação de uma lei que proíbe o uso de smartphones em escolas. Essa legislação, sancionada pelo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, visa transformar o ambiente educacional, buscando uma melhora significativa na qualidade do ensino ao reduzir as distrações causadas pelos celulares.
Essa mudança ruma a tornar a escola um local onde os alunos focam primariamente no aprendizado, privilegiando o ensino presencial e fortalecendo o papel do professor. De acordo com a legislação aprovada em dezembro de 2024 pelo Congresso, somente poderão utilizar celulares aqueles alunos que necessitem dos dispositivos por razões pedagógicas, sob a supervisão direta de seus educadores ou em situações de emergência.
A decisão de limitar o uso de celulares nas escolas foi recebida com apoio por parte da maioria dos pais brasileiros. Uma pesquisa do Instituto Locomotiva em parceria com a QuestionPro, realizada em outubro de 2024, revelou que 82% dos pais são favoráveis à medida. Esse apoio é motivado por preocupações crescentes sobre a exposição precoce das crianças à internet, dificultando o monitoramento de conteúdos acessados e o uso excessivo das redes sociais.
O Ministro da Educação, Camilo Santana, destacou que crianças e adolescentes de hoje têm acesso à internet em idades cada vez mais novas, o que frequentemente escapa ao controle dos pais. Com a nova regulamentação, busca-se garantir que o uso de tais dispositivos aconteça apenas com propósitos educacionais e sempre com a orientação de um professor.
O Brasil não está sozinho na adoção de tais restrições. A proibição dos celulares em escolas reflete uma tendência global, com países como a China e a França adotando medidas similares. Na França, a proibição já dura alguns anos, cobrindo crianças de seis a 15 anos. Nos Estados Unidos, oito estados já introduziram leis ou políticas restritivas quando se trata do uso de telefones celulares em escolas.
O consenso se formou ao se observar os efeitos negativos que o uso não regulamentado dos smartphones tem sobre os jovens, incluindo problemas de atenção, bullying virtual, ansiedade exacerbada e a diminuição do rendimento escolar. Um relatório da UNESCO, divulgado em setembro, indica que um quarto dos países ao redor do mundo já implementaram algum tipo de restrição aos dispositivos digitais nas salas de aula.
Antes da implementação federal, estados brasileiros como Rio de Janeiro, Maranhão e Goiás já haviam aprovado leis locais para proibir o uso de dispositivos móveis em escolas. No entanto, a aplicação dessas leis enfrentou desafios significativos devido à falta de um quadro legal consistente em nível nacional. Com a nova lei em vigor a partir de fevereiro de 2025, espera-se que a fiscalização se torne mais eficaz, assegurando que o proibitivo seja devidamente implementado nas escolas em todo o país.
A expectativa é de que, com a uniformização das normas e a possibilidade de melhor acompanhamento por parte do poder central, as escolas consigam reverter quadros de baixo desempenho e trazer melhorias substanciais no ambiente de ensino. Esta nova legislação se apresenta como uma esperança de que os estudantes brasileiros possam usufruir de uma educação de maior qualidade, longe das distrações digitais que os cercam fora do ambiente escolar.
A longo prazo, a expectativa é que essa restrição no uso de smartphones traga inúmeros benefícios para o ambiente escolar. Quando empregados para promover a atenção total nos estudos, os alunos estarão mais aptos a absorver o conteúdo programático de forma eficaz. Esta lei abre caminho para discussões sobre o papel da tecnologia na educação, incentivando escolas e professores a encontrarem formas inovadoras e produtivas de incorporar dispositivos digitais no aprendizado, sem comprometer o foco dos alunos.
Enquanto o mundo observa e aguarda os resultados dessa iniciativa no Brasil, outros países podem se inspirar neste modelo, acompanhado de perto por especialistas em educação e formuladores de políticas públicas. A educação no século XXI deve equilibrar a inovação tecnológica com práticas pedagógicas que garantam a formação integral dos estudantes, priorizando o conhecimento e o desenvolvimento humano acima de modismos e dependências tecnológicas.