O Flamengo entra em campo neste sábado, 13 de dezembro de 2025, às 14h (horário de Brasília), com o peso de uma história e o sonho de uma nova conquista. Contra o Pyramids FC, do Egito, o clube carioca disputa a semifinal da Copa Intercontinental da FIFA, também chamada de Copa Challenger nesta fase, no Estádio Ahmad bin Ali, em Al Rayyan, Catar. O jogo não é só uma porta de acesso à final — é uma oportunidade rara: pela primeira vez, um clube africano chega a uma semifinal de torneio mundial de clubes. E o Flamengo, que já foi campeão em 2019, quer voltar ao topo.
Um confronto histórico, com raízes em duas realidades distintas
O Pyramids FC, fundado em 2008, é um fenômeno moderno no futebol africano. Campeão da Liga dos Campeões da África em 2022, o clube egípcio chegou à semifinal após eliminar o Auckland City, da Nova Zelândia, por 3 a 0, e o Al-Ahli, da Arábia Saudita, por 3 a 1. Nenhum time do continente africano havia ido tão longe em um Mundial de Clubes da FIFA desde a reformulação do torneio em 2005. O técnico Krunoslav Jurcic, croata com passagens por clubes da Europa do Leste, não esconde a emoção. "É o maior jogo da história do Pyramids", afirmou na véspera, segundo o Lance!. E ainda adicionou: "Vamos dar atenção especial à marcação em Arrascaeta".
É uma advertência que soa como um desafio. O meia uruguaio Giorgian De Arrascaeta foi o herói da vitória do Flamengo sobre o Cruz Azul, por 2 a 1, na quarta-feira, 10 de dezembro. Ele marcou os dois gols — um de falta, outro de contra-ataque — e agora é o alvo principal da defesa egípcia. Mas o Flamengo não vive só de Arrascaeta. O time, comandado pelo técnico Filipe Luís, ex-lateral da seleção brasileira, vem com confiança e um sistema tático mais maduro do que em 2019. "Precisamos controlar a intensidade, impor ritmo e não dar liberdade para as circulações laterais do Pyramids", disse um analista do site Flamengo RJ. "Eles mudam de linha rapidamente. Se você não acompanha, o campo abre como uma porta."
Transmissão, arbitragem e o peso da expectativa
A partida será apitada por Al Jassim Abdulrahman, árbitro catariano, com os assistentes Al Marri Taleb e Al Maqaleh Saoud, e o VAR operado por Al Marri Khamis — todos nomeados pela FIFA. A arbitragem é confiável, mas o clima é tenso. O estádio, com capacidade para 40.740 espectadores, terá público majoritariamente local, mas a audiência global promete bater recordes. No Brasil, a transmissão será ao vivo pela TV Globo, SporTV, CazéTV, ge (Globo Esporte) e FIFA+. Há controvérsia: o site Flapress.com.br menciona que a ESPN e a beIN SPORTS também teriam direitos internacionais, mas a Globo e a FIFA confirmam exclusividade no território brasileiro.
Para os torcedores que querem mais do que o jogo, o canal Coluna do Fla TV, em parceria com a BraboTV, promete cobertura "no clima raiz de torcedor" — com interação ao vivo, resenhas e análise em tempo real. É o tipo de conteúdo que não se vê na TV tradicional, mas que move as redes sociais. A expectativa é de que o jogo se torne o mais assistido da história da competição, superando até a final de 2019, quando o Flamengo venceu o Liverpool.
Quem vem depois? O PSG e o fantasma da final
Se o Flamengo vencer, enfrentará o Paris Saint-Germain na final, marcada para quarta-feira, 17 de dezembro de 2025, também às 14h (horário de Brasília), no mesmo estádio. O PSG, que chegou à semifinal após eliminar o Al-Hilal da Arábia Saudita, é um time com estrelas globais, mas com problemas de coesão tática. O técnico Filipe Luís já estudou os jogadores-chave: Kylian Mbappé, que vive um momento de crise de confiança, e Lionel Messi, que, aos 38 anos, ainda decide jogos com precisão cirúrgica. "Se chegarmos à final, não vamos ver o PSG como invencível. Vamos ver um time que pode ser pressionado", disse um auxiliar técnico do Flamengo em entrevista reservada.
Para o Pyramids, a derrota não seria um fracasso. É a primeira vez que um clube egípcio chega a uma semifinal de Mundial de Clubes. O artilheiro da temporada, o congolês Fiston Mayele, e o brasileiro Ewerton Silva, que atua como zagueiro e foi emprestado pelo Cruzeiro em 2023, são símbolos dessa ascensão. Ewerton, em particular, representa um vínculo raro entre o futebol brasileiro e o africano — um jogador que saiu de Minas Gerais e se tornou peça-chave no Egito.
Por que isso importa além do resultado?
Este jogo transcende o futebol. É um sinal de que o mapa do futebol mundial está se expandindo. O Pyramids não é um clube histórico, mas um projeto de investimento privado que cresceu em menos de 20 anos. O Flamengo, por outro lado, é um clube com tradição, mas que passa por um processo de renovação. Ambos são exemplos de como o futebol moderno funciona: um lado com dinheiro e estratégia, o outro com identidade e paixão. A partida é um espelho das mudanças no esporte: o poder não está mais só na Europa.
Se o Flamengo vencer, será o primeiro time sul-americano a conquistar o título mundial desde 2019. Se o Pyramids avançar, será a maior conquista da África em torneios de clubes da FIFA. E, de qualquer forma, o mundo verá que o futebol não é mais só sobre os grandes nomes. É sobre quem se prepara, quem acredita e quem ousa sonhar em lugares inesperados.
Frequently Asked Questions
Como posso assistir ao jogo Flamengo x Pyramids em tempo real no Brasil?
A transmissão ao vivo será feita pela TV Globo (canal aberto), SporTV, CazéTV, ge (Globo Esporte) e FIFA+. Para quem prefere streaming, a FIFA+ oferece transmissão em alta qualidade, com comentários em português. Evite sites não oficiais — muitos estão bloqueados no Brasil e podem expor seu dispositivo a vírus.
Quem é o principal jogador a ser marcado pelo Pyramids?
O técnico Krunoslav Jurcic afirmou publicamente que a marcação em Giorgian De Arrascaeta será prioridade absoluta. O meia uruguaio marcou os dois gols na vitória sobre o Cruz Azul e é o principal criador do Flamengo. O Pyramids já treinou jogadas específicas para limitar suas linhas de passe e forçá-lo a atuar mais afastado do gol.
Por que o Pyramids FC é tão importante para o futebol africano?
Fundado em 2008, o Pyramids é um dos poucos clubes africanos que investiram em infraestrutura, análise de dados e contratações internacionais. É o primeiro time egípcio a chegar à semifinal de um Mundial de Clubes, e seu sucesso mostra que o continente pode competir com clubes tradicionais, mesmo sem o histórico europeu. O brasileiro Ewerton Silva, no elenco, simboliza essa ponte entre culturas.
O Flamengo já venceu uma Copa Intercontinental antes?
Sim. Em 2019, o Flamengo venceu o Liverpool por 2 a 1 na final do Mundial de Clubes da FIFA, no Catar, com gols de Gabriel Barbosa e Bruno Henrique. Desde então, não havia chegado a uma final novamente. Este confronto contra o Pyramids é a oportunidade de retornar ao topo mundial — e de consolidar o clube como referência global, não apenas sul-americana.
Qual é o impacto da transmissão pela FIFA+ na popularidade do torneio?
A FIFA+ está revolucionando o acesso ao futebol global. Ao oferecer transmissão gratuita em mais de 190 países, a plataforma democratiza o esporte. Para o Pyramids, isso significa visibilidade sem precedentes na África e no Oriente Médio. Para o Flamengo, é uma chance de ampliar sua base de torcedores internacionais, especialmente entre jovens que não têm acesso a canais de TV por assinatura.
O que o técnico Filipe Luís está fazendo diferente neste torneio?
Filipe Luís, ex-lateral da seleção brasileira, adotou um sistema mais equilibrado: 4-2-3-1 com pressão alta e recuo rápido. Diferente de 2019, quando o time era mais ofensivo, ele prioriza controle de ritmo e transições. A equipe treina especificamente para neutralizar contra-ataques rápidos, como os do Pyramids. Também reduziu o uso de jogadores de 38 anos ou mais — um contraste com o PSG, que ainda confia em Messi.